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Culinária Alagoana: Tradição e Modernização andam juntas

  • Foto do escritor: Cultura Fluída
    Cultura Fluída
  • 16 de fev. de 2020
  • 4 min de leitura

Entenda sobre os processos tradicionais da gastronomia alagoana que foram se modernizando com o tempo


Por: Giselly Vitória e Rafael Reis



Assim como nos outros aspectos da vida, a culinária vem tendo avanços rápidos e mudanças nas tradições locais por conta da rápida evolução das tecnologias de produção aliadas com o alcance da internet. Com o mundo cada vez mais globalizado, os chefes têm de ter cuidado ao aliar tradições seculares e novos ingredientes e modos de cozinhar.

Para alguns chefes, a rápida modernização é bem vista. O alinhamento da gastronomia com a ciência propicia um novo olhar, uma nova visão de como se fazer gastronomia. “Eu acredito que ela tenha um efeito positivo. Ela vai trazer para a gastronomia local um novo olhar. A pesquisa, a ciência nos insumos e proporcionaliza, não só um novo visual para aquele prato, mas também novos sabores.”, mostra Tina.

Para Tina, também é importante sair do “lugar comum”, inovar. Como ela mesma nos conta, “é muito importante abrirmos as portas para novas propostas que vêm do mundo inteiro. E que fazem, mais uma vez, da gastronomia alagoana um referencial, porque as receitas vêm de outros países e de outros locais no Brasil, mas aqui ganham um toque diferenciado.”.

Porém, existem ressalvas quanto esse processo. Uma das maiores queixas da modernização agressiva é, justamente, a perda de tradições passadas entre gerações de famílias ao redor do mundo, não só em Alagoas. André conta que “a globalização ao mesmo tempo em que te traz ingredientes novos, ela pula etapas de processos de fabricação. Antigamente você matava galinha, tirava o sangue pra fazer a cabidela. Você tá recebendo muita coisa pronta, industrializada. E essas coisas de antigamente, aquela coisa que é passada de mãe pra filho... Isso está se perdendo.”



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Boleiras de Riacho Doce. Foto: Waldson Costa/G1



André até nos dá um exemplo da cidade de Piranhas, no sertão alagoano. No centro da cidade é um exemplo da globalização. “Você chega ao centro de Piranhas de noite tem uma pizzaria, sushi, mas não tem uma comida nordestina.”, afirma André.

A fama e o acolhimento da gastronomia estrangeira e o — provável — esquecimento de pratos locais acarretam de maneira negativa à tradição. Restaurantes de comida japonesa e havaiana se destacam na orla maceioense, porém, ambientes que oferecem comidas regionais não possuem o mesmo status, pois é considerado comum aos olhos dos alagoanos. Em compensação, os turistas estimam nosso cardápio rico em frutos do mar.

A procura e a valorização da culinária internacional são o principal motivo para a baixa demanda de pratos tradicionalmente alagoanos. "Esse é o lado negativo da globalização, de querer valorizar o que vem de fora em detrimento do nosso", disse Nide.

A globalização é importante para difundir novos valores, culturas e sabores, mas nem sempre são absorvidos da maneira correta, provocando assim, indiferença em relação ao que se pode oferecer em nosso estado. Conservar e saber adaptar hábitos regionais sem perder a originalidade que se deve usufruir pode caminhar lado a lado, desta forma, nada será esquecido, mas sim, acrescentado à tradição.


Por: Rafaela Barbosa


COMIDAS DE RUA EM ALAGOAS


Uma tradição que vem crescendo e se popularizando. A comida de rua são todas as comidas ou bebidas vendidas em ruas ou outros locais públicos, como mercados, feiras, praças ou praias, por vendedores independentes ou ambulantes. Geralmente vendidos em barraquinhas e food trucks, alguns alimentos são regionais e outros não, depende muito da região e criatividade dos vendedores.

Em Alagoas não é diferente, a cultura de comidas de ruas vem se popularizando de um modo, em que várias praças foram ocupadas por foodtrucks e galpões foram abertos para comportar essa variedade gastronômica. A comida de rua alagoana evoluiu bastante, apesar de toda essa evolução e novidades gastronômicas, a tradição de barraquinhas tradicionais ainda existe em peso e nostalgia.



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Barraca de iguarias tradicionais. Foto por: Rafaela Barbosa




A tradição de barraquinhas é uma característica bem típica da região, aquelas barraquinhas de bolos, cocadas, castanhas, frutas, biscoitos e outras iguarias tradicionais que são parte da cultura alagoana, e fazem bastante sucesso, tanto entre os alagoanos como entre turistas que frequentam o Estado. Em entrevista, o chefe de cozinha André Generoso ressalta que “é manter as tradições, iguais as boleiras de riacho doce. E a partir do momento que a rua ta fomentando e trazendo dinheiro pra dentro de casa, a filha da boleira vai querer aprender a fazer o bolo ao invés de pensar em fazer algo diferente na vida.”

O debate acerca do tradicional e do novo surge de forma assídua diante do assunto em questão, para esclarecer tais dúvidas o professor e pesquisador de gastronomia do Ifal ( Instituto Federal de Alagoas) José Almeida, diz que “Acredito que todos os pratos já considerados tradicionais não deveriam mudar, entretanto, no mundo capitalista em que vivemos infelizmente ou felizmente quem determina o que mudamos e o que adaptamos é o mercado, ele é praticamente o patrão”.

A ascensão de comidas de ruas no Estado vem também de influências de eventos e festivais abertos, que recebem essas barracas e food trucks, tanto com comidas tradicionais, comidas mais modernas e comidas de outras culturas.


FESTIVAIS GASTRONÔMICOS EM ALAGOAS


Eventos culinários ganham cada vez mais espaço no estado, restaurantes e bares alagoanos participam e disponibilizam os mais variados pratos e sabores aos clientes, estimulando a economia de forma significativa, tendo em vista a chegada de novos turistas. Um dos festivais de gastronomia que marcou o ano de 2019, foi o Festival de Sabores de Alagoas.

Festival de Sabores já estava em sua quarta edição, reunindo turistas e maceioenses para experimentar o melhor da comida local. O evento durou 4 dias e ocorreu na Praça Multieventos, na orla de Pajuçara, foi realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em parceria com a prefeitura de Maceió. Festival contou com a participação de mais de 30 bares e restaurantes, os quais apresentaram pratos com ingredientes típicos locais e com um valor unitário de R$ 15.



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Cuscuz de camarão ao leite. Foto por:: www.amomaceio.com.br



Nem todos os festivais que ocorrem na região são sobre gastronomia, mas muitos são abertos e recebem bares, restaurantes e outros empreendedores gastronômicos. Um exemplo é o Festival Carambola, no qual tem uma temática totalmente diferente, é um festival de música independente mas abre uma área de gastronomia para seu público junto aos seus restaurantes e lanchonetes parceiros.


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