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Passeio pelo Quilombo

  • Foto do escritor: Cultura Fluída
    Cultura Fluída
  • 16 de fev. de 2020
  • 3 min de leitura

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Passeio pelo Quilombo


Alagoas, mesmo sendo berço do Quilombo Dos Palmares, é um estado muito intolerante em relação a cultura Afro-Brasileira. Nossa população, fundamente cristã, vê muita vezes o candomblé naturalmente como marginalizado, e faz questão que permaneça assim.


Ao se criar espaços para quem pratica religiões de matriz africana, o sentimento de pertencimento fica forte e estimula a defesa cultural e religiosa. Nesse sentindo, Alagoas ganha um novo Quilombo Urbano, através da intervenção da Casa de Iemanjá, do Babalorixá Célio Rodrigues, cria-se o Axé Pratagy, um espaço religioso, educativo, turístico e cultural. Vamos conhece-lo?


Fotos: Joyce Andrea

  • Ao entrar no espaço, nos deparamos com painéis explicativos sobre a diáspora negra e a memoria da história afro brasileira.







  • Fontes das Iabás

  • Espaço dedicado a energia feminina das diversas águas: Iyewá, Oxumarê, Nnã, Iemanjá, Oxum, Iansã e Obá.




  • Além de museu, o espaço também é um centro religioso, espaço de cerimonias e toques.











O entorno da casa possui casas de cultos aos orixás, que impressionam pelos seus detalhes.











Em nosso passeio deparamos com alguns apresentações culturais, que pretende ser comum no espaço, estiveram presentes grupos como Maracatu Baque Alagoano, Afro Zumbi e Sambalelê.

  • Grupo Afro zumbi abriu o dia com bastante afoxé.










  • A apresentação contou com a participação de Alberto Jorge Ferreira dos Santos, coordenador da Comissão das Minorias e Direitos Humanos da OAB/AL.






  • Grupo Baque Alagoano, que com seu maracatu fez o Axé Pratagy sair do chão.








Por Leonardo André


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Paí Célio e o Espaço Sociocultural do Axé


Célio Rodrigues, o pai Célio, iniciou suas vivências em religião de matriz africana bem cedo, pois a casa em que vivia sempre foi um terreiro. Tal convivência com esse tipo de espaço fez com que ele adquirisse diversos conhecimentos muito jovem, acompanhado de sua avó, dona Maria Garanhuns. Tais conhecimentos foram reunidos e o conduziram a assumir a liderança e institucionalizar, em 1984, a Casa de Iemanjá, anteriormente gerida por sua avó desde sua fundação, na década de 40. O espaço torna-se, então, de natureza jurídica e sem fins lucrativos, recebendo o nome de Núcleo de Cultura Afrobrasileira Iyá Ogun-tê, desenvolvendo diversos tipos de atividades para a comunidade. Atuando como historiador, pai Célio percebe como as casas de axé são tratadas devido sua informalidade informalidade assistencialista, motivo principal pelo qual institucionalizou o núcleo de cultura. Em 2005, através de edital do Ministério da Cultura , o espaço recebe a chancela de Ponto de Cultura, passando a atuar como rede com pontos em todo o Brasil, contribuindo para as ações de pai Célio de maneira nacional e internacional, tendo em vista que o babalorixá é reconhecido por sua militância a respeito de religiões de matriz africana. Desde sua institucionalização, o Núcleo de Cultura Afrobrasileira Iyá Ogun-tê atua com ações socioculturais a partir de diversas vertentes, como oficinas de dança, capoeira, percussão, artesanato, encontros, palestras e ações formativas, tudo voltado para o engajamento da comunidade. Além das ações socioculturais, o espaço busca também realizar ações educativas, como possibilitar a capacitação a pesquisa, produção e circulação de conhecimentos sobre a cultura afrobrasileira, com o objetivo de desmistificar visões errôneas sobre as religiões e quebrar as diversas formas de preconceito racial, étnico e religioso. Entre as principais ações do núcleo de Cultura junto à comunidade, está a criação da Capoeira Odô Iyá, do Jornal Odô Yiá, do Cine Axé, da Biblioteca Maria Garanhuns e do telecentro Odô Iyá. Todas as atividades são oferecidas de forma totalmente gratuita e atendem aos mais variados públicos. Em função das ações de contribuição na cena local e nacional, o espaço recebeu diversos prêmios. Além da chancela de Ponto de Cultura, recebeu o prêmio nacional de Cultura Afro Brasileira, o prêmio nacional de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o prêmio nacional Capoeira Viva e o prêmio nacional Telecentros BR. O reconhecimento trouxe aclamação de diversos artistas e comunidades de matriz africana, tornando o Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-tê uma referência para a formação de diversos grupos culturais, e tornando-o objeto de pesquisa de diversos trabalhos acadêmicos de graduação e mestrado.


Por José Maurício

 
 
 

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