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Alagoas Independente

  • Foto do escritor: Cultura Fluída
    Cultura Fluída
  • 16 de fev. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 17 de fev. de 2020

Por Ana Paula Bessa e Letícia Ramos




A busca pela ascensão no mundo da música é um caminho árduo a ser percorrido. Em meados dos anos 80, alguns artistas resolveram nadar contra a corrente do comercial e passaram a produzir o que chamamos de música independente. O rock foi o gênero pioneiro nesse fenômeno que, hoje, funciona como o passo inicial para quem deseja firmar sua arte autoral. Com o progresso das redes sociais e serviços de streaming, o acesso à música alternativa se tornou mais fácil e popular. Nesse passo as bandas autorais brasileiras, que antes sofriam para se consagrar devido à pouca visibilidade, respiram com a ajuda desses recursos para sobreviver em meio ao cenário. Dessa forma, o nicho de cultura independente propõe algo além do mainstream, dando palco à cultura livre num âmbito regional.


Visando o contexto local, Alagoas tem se destacado nos últimos 10 anos pelo crescimento da movimentação na cena e é fundamental ressaltar alguns artistas, bandas e produtores que nascem do desejo de promover a arte criativa, e acabam por ser responsáveis por perpetuar nossa cultura através da música. Entre eles, o catarinense Wado, que abraçou Alagoas aos 8 anos de idade e impulsiona o movimento no estado há cerca de duas décadas produzindo um som híbrido passeando entre MPB, samba e afrobeat. Mais ou menos na mesma época, surgiu a banda Vibrações, que une o original reggae jamaicano aos ritmos tradicionais da região nordeste e ganhou uma projeção nacional através da participação do programa Superstar da Rede Globo. A banda se apresenta este ano, no Festival Carambola, promovido pela Lapso Produções. A empresa é comandada por Lili Buarque e Camila Alves, e também merece destaque quando o assunto é música independente. O evento de arte autônoma é o maior do estado e chega à sua 4ª edição oportunizando um espaço para que artistas da terra possam mostrar seu trabalho a um público cativo, além de promover cursos profissionalizantes, palestras e mesas redondas relacionadas ao assunto com referências da cena.


CARAMBOLA EM CENA


Neste ano, o Festival Carambola trará alguns grandes nomes da música alagoana e artistas independentes de outras partes do Brasil. Segundo Lili Buarque, a intenção é que o festival cresça e faça parte da programação cultural da cidade. “Depois que a gente criou a primeira edição que foi lá no Rex, foi menorzinha, com 4 bandas, a gente viu que deu certo e viu que era uma super oportunidade de criar um nome, de fazer com a música autoral circule.”, afirma.


Nascida e criada em Maceió, Lucy Muritiba canta, produz e compõe sua própria história e vem traçando um caminho sólido com referências que se espalham pela Música Plural Brasileira. Passeou pelo teatro, festivais de música, grupos corais e canto lírico. Em março de 2016 lançou seu primeiro CD intitulado “Em Cores” com boa recepção por parte do público e da crítica. Junto a ela, o rapper alagoano, Vitor Pirralho tocará no Carambola dia 28 de Março. Vitor encabeça o grupo de rap Unidade, que contou com participações de Ney Matogrosso e Zeca Baleiro em seu terceiro álbum lançado ano passado. Ambos (Lucy e Pirralho) trarão seu repertório autoral e farão participações um no show do outro.


Além deles, o músicos Marinho, também alagoano, sobe no palco do festival trazendo sucessos inéditos de seu novo disco, ainda na promessa de ser lançado. Robson Cavalcante e LoreB marcarão presença no evento. Ambos se lançaram no cenário da música independente alagoana em carreira solo no ano passado e prometem fisgar apaixonados pela cena local.


Este ano, o festival contará com as cantora paulista, Céu será a principal artista do evento. Em seu trabalho Céu traz influências do MPB, samba, hip hop, afrobeat, jazz e R&B. Vencedora de dois grammy latino, a cantora que agora possui reconhecimento nacional e internacional não é mais considerada artista independente, apesar de ter iniciado sua carreira como uma. Felipe Cordeiro vem direto de Belém do Pará para se apresentar no Carambola. Cantor, compositor e guitarrista paraense projetado no movimento musical que revalorizou sons e ritmos do norte do Brasil na primeira metade dos anos 2010, Felipe deve apresentar músicas de seu último álbum, Transpyra. E o trio de folk futurista Tuyo foi recentemente anunciado pela organização, fechando a extensa lista de artistas que embarcam nessa onda de contribuir e firmar esse cenário em Alagoas.


Só o fato de um evento como o Festival Carambola estar crescendo e receber apoio nacional, já é motivo para comemorar, pois há uma incomum preocupação com a arte local por uma parcela considerável dos alagoanos. Aqueles que comparecem, divulgam e dão um retorno positivo às bandas e artistas, contribuem imensamente para a manutenção da cena, incentivando quem já faz parte e quem tem interesse em entrar nesse meio. Assim como outros estados brasileiros, Alagoas guarda um potencial artístico independente muito forte e autêntico, que depende de iniciativas privadas para se desenvolver, devido à falta de interesse da população, que por não ter acesso a todo tipo de conteúdo produzido, se atém ao tradicional.


CARAMBOLA E A CIDADE




PLAYLIST ALAGOAS INDEPENDENTE


+ Vibrações - Olhos Verdes (AL) | https://www.youtube.com/watch?v=nAen3fq20vs

+ Lucy Muritiba & Vitor Pirralho (AL) | https://www.youtube.com/watch?v=nmqVBx7LW0k

+ Robson Cavalcante - Calor (AL) | https://www.youtube.com/watch?v=hMqH08nxO6M

+ LoreB - Flores Amarelas (AL) | https://www.youtube.com/watch?v=F5vhlK5Oomc

+ Felipe Cordeiro - Onde é que eu vou parar (PA) | https://www.youtube.com/watch?v=S2iKXiVm_dc

+ Tuyo - Eu não te conheço (PR) | https://www.youtube.com/watch?v=6qMZQaT7eGk




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